Onomástica |
A onomástica é o estudo dos nomes próprios de todos os gêneros, das suas origens e dos processos de denominação no âmbito de uma ou mais línguas ou dialectos. A antroponímia é o estudo dos nomes próprios das pessoas, sejam prenomes ou apelidos de família, e que tem grande relevância para a história política, cultural, das instituições e das mentalidades.
Considera-se que o estudo dos antropónimos começou no século XVII. Algumas das obras desta época, como o Traité de l'origine des noms et des surnoms de A. de La Rocque (Tratado da Origem dos Nomes e Apelidos, 1681), ainda hoje têm valor científico. É curioso notar que a grande maioria das obras publicadas sobre este tema são estrangeiras. Ainda está por fazer um estudo definitivo da onomástica portuguesa. Mas há trabalhos parciais, desde o Onomástico Medieval Português de A. A. Cortesão aos valiosos estudos de José Pedro Machado, passando pelas obras de J. Leite de Vasconcelos, Sousa Viterbo, Paiva Boléo, Pedro Serra e outros.
A maior parte dos apelidos têm origem 1. em Alcunhas, 2. em nomes de terras de onde as pessoas são naturais ou terras que possuem (toponímia), e 3. em nomes de profissões. Muito menos numerosos são os apelidos derivados de outras fontes como a religião, concessões régias, etc. Aqui é apresentada a antroponímia do meus antepassados.
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O nome tem origem na cidade do distrito de Santarem, na região centro de Portugal. Abrantes e o seu castelo foram conquistados por D. Afonso Henriques, em 1148, aos Mouros. Recebeu foral em 1179, em recompensa da resistência oferecida aos sitiantes marroquinos. Pensa-se que a cidade terá origem celta. O nome Abrantes virá do latim aurantes (declinação de a palavra ouro).
Abreu
Topônimico
11ra geração, fim do século XVII
O nome seria derivado de Evreux, uma cidade francesa na Normandia. O primeiro Abreu seria Gonçalo Martins de Evreux e depois de Abreu, hum dos companheiros do Conde D. Henrique e Mordomo-mor da Rainha D. Thereza. Gonçalo Martins de Abreu recebeu terras em Valença do Minho e fundou a torre de Abreu. Seus succesores são Gonçalo Rodrigues de Abreu, e seu filho e sucessor no senhorio, Lourenço de Abreu (que viria a levantar o Castelo de Lapela), serviu notavelmente o infante D. Afonso Henriques.
Outra hipotese é que Abreu deriva do gótico awi (agradecimento, graças) e red (proferir, dar). Vasco Nunes de Abreu parece que é o primeiro deste sobrenome (século 11). É seu solar a torre de Abreu, junto a Valença do Minho.
Fontes : blog da maison de Abreu, junta da freguesia de Merufe, site " significado do nome" Abreu
Affonço / Affonso
Primeiro nome
Nome originado do germânico "adalfuns", formado pelos elementos adal, que quer dizer "nobre" e funs, que significa "pronto", "preparado", "apto"...
Alves / Alvares
Patronímico
11ra geração, fim do século XVII
Forma genitiva de Alvaro (literalmente significando "filho de Alvaro"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Antunes
Patronímico
11ra geração, fim do século XVII
Forma genitiva de António (literalmente significando "filho de António"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Assunção
Religioso
O nome refere-se a subida do corpo de Maria ao céu.
Nome originado do latim "barbara" ou do grego "barbaros", forma genitiva de barbarae, que significa "que não fala grego" isto é "estrangeira". O nome é dado em referência a uma santa muito popular em toda a Europa: Bárbara de Heliópolis (ou Nicomédia), que morreu mártir por volta de 306.
Bernardes
Patronímico
11ra geração, fim do século XVII
Forma genitiva de Bernardo (literalmente significando "filho de Bernardo"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Borges
Patronímico
12da geração, meio do século XVII
O nome é considerado como lusofono, mas é frequente em varios paises (Inglaterra, França, Belgica, Espanha...). A hipótese que privilegio (o Patronímico) é a seguinte : o nome é a forma genitiva de "Borja", sendo este um apelido Topônimico derivado da cidade espanhola Borja da provincia de Saragoça. Foi esse nome Borja que derivou em Borgia na Itália. Borja é derivado da palavra árabe Burdz, que significa a Torre. A cidade da província de Saragoça em Aragon era o lugar de origem da família Borja, que essa deixou ao século XIII para participar a Reconquista da cida de Xàtiva e do reino de Valencia. Alfonso Borgia foi o papa Calisto III de 1455 a 1458. Seu sobrinho, Roderic de Borja i Llançol, italianizado em Rodrigo Borgia juntou-se a ele antes de ser o papa Alexandre VI em 1492.
No Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, José Pedro Machado considera que tem origem obscura, embora refira a hipótese dos genealogistas, que relacionam este apelido com Bourges, uma cidade francesa. Dizem certos genealogistas que a família deste nome se originou em Rodrigo Anes, cavaleiro português que, tendo passado a França, combateu sob o comando do Rei Filipe Augusto, e por se ter ilustrado com feitos valorosos ganhou a estima deste soberano, que lhe cometeu a empresa de ir em socorro da cidade de Bourges, cercada pelos exércitos dos cátaros. Tão bem e valentemente se desempenhou ele desta missão que ficou sendo conhecido pela designação de Chevalier de Bourges. Regressando a Portugal, Rodrigo Anes estabeleceu-se em Trás-os-Montes e viu a sua Alcunha transformada em Borges.
Outra hipótese situa os primeiros Borges em Inglaterra. Uma família de Borges via em Sussex ao século XI. Os Borges eram descendentes da linhagem dos Barões Burghersh que também se transformaram em Burwash também neste condado. Uma linha remanesceu na Normandia, como Simon de Borgies registro de 1195, mas que era originaria de Bourgeois em Picardy na França. Linha essa que foi extinta em 1369. O nome é também um apelido francês, derivado de burgeis que é um habitante de uma cidade fortificada, especialmente com deveres e direitos municipais. Tinha geralmente posse de terrenos ou edifícios de um senhorio por "burgage". O sobrenome remonta ao início do século XII. Os primeiros escritos incluem Ralph le Burgeis (1195) e Philip Burges (1220).
Fontes : Blog de Paulo Costa de Ilhéus-Bahia, Genealogia da família Cavallaro, Surname database
Bravo
Alcunha
Cardoza/Cardozo
Alcunha
12da geração, meio do século XVII
O nome significa "terreno abundante em cardos" ou "chão de cardos", que é uma planta espinhosa. Por extensão, o nome poderia sera dado na Idade Média como alcunha a uma pessoa árdua ou na defensiva.
Clara
Primeiro nome
Nome originado do latim "clarus", "clara", que significa "glorioso" ou "brilhante". Santa Clara fundou a ordem das Clarissas — originalmente denominada a Ordem das Damas Pobres.
Conceição (da)
Religioso
O nome é sobretudo utilizado com o primeiro nome Maria e se refere-se a mãe de Jesus Cristo.
Correia
Topônimico ou alcunha
Em Portugal, o nome seria sido dado porque se referia a uma região onde havia muitas corriolas, corrijolas e correias (espécies de plantas). As plantas recebiam esse nome porque eram semelhantes às correias ou tiras de couro. A família teria nascido de D. Soeiro Pais Correia. O nobre D. Soeiro Pais Correia, para sobreviver, teria comido as correias da própria armadura e os arreios do seu cavalo. Foi posteriormente o primeiro senhor da Honra de Fralães e do Solar de Fralães (que veio a ser conhecido mais tarde como o Solar dos Correias).
Outra hipótese é que teria origem na Galiza (Espanha) e apelidava aqueles que fabricavam e vendiam correias de couro. No mesmo sentido de alcunha, pode referer-se a fasquia vegetal muito fina utilizada para fazer cestos ; e nome seria dado a aqueles que fabricavam cestos.
fonte : Dicionário dos nomes próprios
Costa (da)
Topônimico
Cruz (da)
Religioso
Forma genitiva de Diego (literalmente significando "filho de Diego"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Esteves
Patronímico
13ra geração, início do século XVII
Forma genitiva de Estevão (literalmente significando "filho de Estevão"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Fernandes
Patronímico
12da geração, fim do século XVII
Forma genitiva de Fernando (literalmente significando "filho de Fernando"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
O nome significa fonte seca e foi dado na Idade Média como nome a aquele que viveu ou veio dum lugar onde havia fontes secas.
Francisca/Francisco
Primeiro nome
13ra geração, início do século XVII
Nome originado do latim medieval "franciscus", originado do germânico frank, que quer dizer "franco" ou "livre", com o sufixo isk que significa "que tem a qualidade de".
Gomes
Patronímico
11ra geração, fim do século XVII
Forma genitiva de Gomo (literalmente significando "filho de Gomo"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV. Gomo ou Gome é originado do germânico e significa "homen".
Goncalves/Gonsalves
Patronímico
12da geração, início do século XVII
Forma genitiva de Gonsalvo ou mais frequentemente Gonçalo (literalmente significando "filho de Gonçalo"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Gouveia (de)
Topônimico
13ra geração, início do século XVII
O nome tem origem na cidade do distrito da Guarda, enquadrada na encosta noroeste da Serra da Estrela. Foi colonizada a época romana, da qual se diz advir o nome de Gouveia (do latim "gaudere", local de prazer ou satisfação).
Henriques
Patronímico
11ra geração, fim do século XVII
O Patronímico deriva do nome próprio Henrique, principalmente usado em França e Inglaterra, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
O nome é originado do nome de família romana Egnatius ou do nome latim "Ignatius" de Ignis, que significa "fogo".
Jacinta, Joaquina, Jorge, Joze, Jozefa
Primeiro nome
Macedo
Topônimico
Nome dado em referência a um lugar onde há macieiras em abundância.
Marques
Patronímico
11ra geração, fim do século XVII
Forma genitiva de Marco (literalmente significando "filho de Marco"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Martins
Patronímico
12da geração, início do século XVII
Forma genitiva de Martin (literalmente significando "filho de Martin"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Mendes
Patronímico
Forma genitiva de Mendo ou Menendo (literalmente significando "filho de Mendo/Menendo"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV. Menendo deriva do visigótico Hermengilt que significaria "sacrifício total".
Mestre/Mestra
Alcunha
11ra geração, fim do século XVII
Monteira/Monteiro
Topônimico ou profissão
6ta geração, meio do século XIX
O nome refere-se a alguem que nasceu ou viveu num monte, ou a alguem cuja profissão era guarda de montes ou caçador de montes.
Mota
Topônimico
5ta geração, meio do século XIX
O nome refere-se a alguem que nasceu ou viveu num monte de terra, ou a alguem que nasceu ou viveu numa casa forte (porque construida sobre um monte de terra).
O nome poderia ser en referência com a nave, que é a parte da igreja que se situa entre o átrio e o altar. Poderia também significar "barco" (origem hebraica).
Forma genitiva de Nuno (literalmente significando "filho de Nuno"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV. Nuno é um nome originado do latim nonnus que significa pai. Também há fontes que indicam como étimo nonnius, que significa “monge”, ou nonius, que significa “nono”.
Palma (da)
Religioso
8va geração, meio do século XVIII
Pedro
Primeiro nome
5ta geração, meio do século XIX
Com este apelido, observamos um caso recente de primeiro nome passado como apelido e nome de familia a seguinte geração : António Pedro João de Pina (24).
Pereira
Topônimico
Nome dado em referência a um lugar onde há pereiras em abundância. Pereira era o nome de uma quinta ou propriedade na zona de Esmeriz, em Vila Nova de Famalicão, no norte de Portugal. Documentos históricos revelam que D. Rui Gonçalves Pereira foi um senhor que viveu no século XII e a primeira pessoa a utilizar esse apelido.
Pires
Patronímico
Forma genitiva de Pedro (literalmente significando "filho de Pedro"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Preguiça
Alcunha
6ta geração, 1ra metade do século XIX
Foi originalmente usado como primeiro nome no registro de meninos nascidos no Dia de Reis Magos, antes de ser fixado como apelido.
Ribeira/Ribeiro
Topônimico
11ra geração, fim do século XVII
Nome originado do latim ripariu, dado em referência a um lugar onde passa um rio pequeno.
Rodrigues
Patronímico
11ra geração, início do século XVIII
Forma genitiva de Rodrigo (literalmente significando "filho de Rodrigo"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Simoens
Patronímico
Forma genitiva de Simão (literalmente significando "filho de Simão"), nome próprio do pai transmitido ao filho, antes de ser fixado como apelido a contar do século XV.
Souza/Sousa
Topônimico
9ma geração, início do século XVII
O sobrenome pertencente a uma das mais antigas e nobres famílias portuguesas, e se originou durante o reinado dos Godos. Um cavaleiro de nome Gomes Echigues, que viveu durante o século XI, foi governador do distrito de Entre Douro e Minho e possuiu o título de Senhor de Felgueiras, domínio que adquiriu em 1040. Um de seus filhos, Egas Gomes de Sousa, Senhor de Sousa, Novelas e Felgueiras, foi o primeiro a usar o sobrenome, o que indica que ele residia ou possuía terras no lugar de nome Sousa.
A palavra é originária de um rio - afluente do Douro que nasce no norte do distrito do Porto - e de uma povoação de Portugal - freguesia do concelho de Felgueiras, ainda mais ao norte do distrito. A sua origem, segundo Cortesão, com dúvidas, vem da baixa latinidade Sousa (forma documentada no ano de 924), Saucia ou Socia. Segundo Leite de Vasconcelos, a palavra veio do latim Saza ou Saxa, que significa seixos (ou rocha), o que traz dificuldades fonéticas. Outros fazem derivar a palavra de Salsa, donde vem Souza e Sousa, o que não apresenta dificuldade fonética. Cortesão faz diferença entre Sousa, nome do rio, e Souza, nome da povoação, derivando aquele de Saza e este de Socia.
Sousa aparece na minha árvore pela primeira vez com Francisca Maria de Souza (287), chamada assim no assento de casamento, sem motivo óbvio porque ela é a filha natural de Maria Nunes da Cunha e porque ela e sua mãe são oriundas do concelho de Oliveira do Hospital, muito longe do rio Sousa ou da povoação de Sousa. Uma pista para explicar o apelido poderá ser a sua avó materna "Ana Antunes que veio de Pinheiro", outra freguesia do dito Concelho de Felgueiras.
A forma patronímica, Viegas, transmitiu-se às várias famílias portucalenses em que havia um pai chamado Egas sendo de influênça moçárabe. Os nomes de pessoas árabes abundaram extraordinariamente entre os cristãos e até se comporam patronímicos cristãos com o árabe iben filho, plural bani. Encontra-se o patronímico Beneegas ou Benegas em 991- filho de Egas - antes que se transforma em Venegas em 1258, e enfim em Viegas.