Meus antepassados na freguesia Dois antepassados foram identificados como originarios de Lourosa Manoel da Cruz (n° Sosa 282) nasceu na primeira parte do século XVIII. Pedro Nunes (n° Sosa 1124) nasceu na segunda parte do século XVII. Nos dois casos, seus filhos nasceram na freguesia vizinha de Vila Pouca da Beira. E importante assinalar que Vila Pouca da Beira não era uma freguesia antes do século XVIII e dependia da freguesia de Lourosa. Estes dois lugares são intimamente ligados na historia.
História Lourosa é célebre pela sua igreja mais velha do que Portugal, que remonta a época da primeira reconquista cristã. Uma lápide que se encontra sobre a verga de porta ostenta a data da fundação : "Era dcccl" que significa era 950 de César, corespondente ao ano 912 da era cristã.
A sua sóbria arquitectura, em que se nota a ausência de decoração, é tipicamente moçárabe e de tradição visigótica. A sua construção caracteriza-se pela utilização de colunas romanas, mas também de restos de edifícios visigodos ou árabes.
Isso comprova a antiga ocupação do sitio. Na época romana, Lourosa possui mesmo uma ara (altar cristão) dedicada a Júpiter.
Depois do domínio visigótico, a partir de 711 e em poucos anos, os árabes ficaram senhores de quase toda a Península. Ao fin do século IX, Lourosa e a região faziam parte do reino de Córdova. O rei das Astúrias Afonso III, que prosseguou a Reconquista até 883, ocupou a região e dedicou-se à reconstrução e povoamento de muitas terras, incluindo a zona de fronteira de Seia e Oliveira do Hospital. Mas Afonso III foi forçado a abdicar em 910 e morreu em 911. A região de Lourosa ficou assim governada pelo Ordonho, rei de Galiza.
A construção da igreja havera começado antes da pacificação completa da zona territorial. Em verdade, a igreja de São Pedro de Lourosa é o exemplo mesmo duma comunidade moçárabe estabelecida no territorio muçulmano antes da Reconquista. Os moçárabes eram cristões que viviam sob o domínio Muçulmano e cuja presença era tolerada, tal como estabelece a lei Muçulmana, a troco do pagamento de certos impostos e da sujeição a um estatuto social inferior. Eram governados por magistrados próprios e mantinham uma certa liberdade religiosa, continuaram a sua prática que tinha evoluído sob o domínio visigótico e organização social de estilo visigótico.
No entanto, o domínio dos cristões continuava instável nomeadamente por causa de discórdias entre eles. Em 987, Almansor "o vitorioso" e seu exército conquistaram Leão, atingiram Santiago de Compostela e destroiram Coimbra. Da parte cristã, terminadas as lutas internas, Fernando Magno ficou rei de Leão, de Castela e Navarra em 1054 e começou uma nova reconquista da Península. E facto muito importante, o rei constituiu com as terras definitivamente conquistadas a sul do Douro um novo condado, o condado de Coimbra.
Ao fim do século XI, D. Henrique de Borgonha governava uma larga circunscrição incluindo o condado de Coimbra : o novo condado Portucalense. Quando ele morre por volta de 1112-1114, a sua mulher e viúva D. Teresa fica senhora desse condado alargado. A 13 de Março de 1119, ela fez doação de Lourosa à Sé de Coimbra. E a 2 de Novembro de 1132, D. Afonso Henriques coutou-a, englobando a metade da Sé com a que pertencia a Pedro Usureis por 70 morabitinos e uma boa mula. Na carta demarcam-se-lhe os limites, encontrando-se nela referência à estrada da Beira (uiam antiquam), estrada de traçado talvez pré-histórico mas de que não têm aparecido marcos ou pavimentos romanos.
Lourosa teve foral, dado em Coja, pelo bispo de Coimbra, a 6 de Fevereiro de 1347. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo a 12 de Setembro de 1514. Foi comenda da Ordem de Cristo, tendo o concelho sido abolido em 6 de Novembro de 1836, integrando-se a sua própria freguesia no concelho de Avô até à extinção deste em 24 de Outubro de 1855.
Mapas
Fontes
* Inquérito nacional "CENSOS" 2001
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